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5 FILMES LGBT NO OSCAR

Esse ano, o filme independente "Moonlight" trouxe uma grande conquista para nossa comunidade ao receber o Oscar de Melhor Filme, além de outras duas categorias. Ainda assim, faz bastante tempo que filmes de temática LGBT estão batendo na trave na cerimônia, ficando "apenas" na indicação. Essa lista reúne 5 filmes de temática queer que concorreram ao Oscar de Melhor Filme. Confira:

MILK (2008), DIR.: GUS VAN SANT



No início dos anos 70, um nova-iorquino que resolveu viver em São Francisco com o namorado, abrindo a pequena loja de revelação fotográfica Castro Camera num bairro operário, surpreendeu a todos ao se tornar um verdadeiro agente de mudanças. Numa época em que o preconceito e a violência contra homossexuais eram aceitos abertamente como norma, Harvey Milk buscou direitos iguais e oportunidades para todos, mergulhando de cabeça nas turbulentas águas da política.


Assumidamente homossexual, Gus Van Sant já nos brindou com excelentes produções de temática LGBT, como o clássico "Garotos de Programa". Não poderia existir nome melhor para dirigir a história de uma das personalidades líderes da nossa comunidade e um grande lutador por nossos direitos, sendo que Van Sant lutou por 15 anos pelo projeto. Depois de um jejum no Oscar, após o sucesso de "Gênio Indomável", Van Sant conseguiu inúmeras indicações na premiação com "Milk", incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e vencendo o prêmio de Melhor Roteiro Original, para Dustin Lance Black, também assumidamente gay. Na noite do Oscar 2009, a biografia também saiu com o prêmio de Melhor Ator, o segundo na carreira do ator Sean Penn, incrível no papel do político. O filme também conta no elenco com James Franco, Emile Hirsch, Josh Brolin e Dennis O'Hare.


O BEIJO DA MULHER ARANHA (1985), DIR.: HÉCTOR BABENCO


Em uma prisão da América do Sul, dois prisioneiros dividem a mesma cela. Um é homossexual e está preso por comportamento imoral e o outro é um prisioneiro político. O primeiro, para fugir da realidade que o cerca, inventa filmes cheio de mistério e romance, mas o outro se mantem o mais politizado possível. Essa convivência, faz com o que os dois homens e compreendam e se respeitem.


O argentino Hector Babenco (que posteriormente dirigiria Carandiru), reuniu um time de estrelas internacionais para essa co-produção Brasil/Estados Unidos - temos o americano William Hurt, o porto-riquenho Raul Julia e a brasileira Sonia Braga, estrelando uma adaptação do romance de Manuel Puig. Esse filme é o grande êxito na carreira de Hurt, que venceu o Oscar e o Prêmio de Interpretação Masculina em Cannes, com um personagem afeminado totalmente fora dos padrões. Curiosamente, o ator teria trabalhado de graça na produção, só recebendo o valor das passagens e hospedagens e afirmou sentir saudades do Brasil em seu discurso do Oscar. O longa-metragem também foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, entre outros. Por fim, um dos filmes a trazer maior visibilidade aos profissionais brasileiros e ao nosso cinema na década de 80.


O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN (2005), DIR.: ANG LEE


Jack Twist e Ennie Del Mar são dois jovens que se conhecem no verão de 1963, após serem contratados para cuidar das ovelhas de Joe Aguirre, em Brokeback Mountain. Vivendo isolados por semanas, eles se tornam cada vez mais próximos e iniciam um relacionamento amoroso.


Famoso pelo filme de artes marciais oriental "O Tigre e o Dragão", Ang Lee surpreendeu todos e alcançou o auge de sua carreira com "Brokeback Mountain". Injustiçado na noite do Oscar 2006, de onde saiu "só" com os prêmios de Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora", é para muitos o maior romance gay do cinema. Ang Lee mostrou uma sensibilidade enorme ao trazer paras telas uma adaptação do conto de Anne Prouxl. Já como o casal protagonista, Heath Ledger e Jake Gyllenhaal trazem atuações memoráveis em suas carreiras. Fora o sucesso no Oscar, "Brokeback" ganhou o Leão de Ouro em Veneza, além da maioria das premiações americanos do ano como Melhor Filme.


AS HORAS (2003), DIR.: STEPHEN DALDRY


Em 1929, Virginia Woolf está começando a escrever seu livro Mrs. Dolloway. Em 1951, Laura Brown está se preparando para o aniversário de seu marido. Em 2001, Clarissa está preparando uma festa para seu melhor amigo, um famoso autor que está morrendo de Aids.


Dirigido por Stephen Daldry (Billy Elliot), "As Horas" é um drama poderoso sobre depressão, conflitos psicológicos e um pouquinho da vida da escritora britânica Virginia Woolf. No elenco, temos a maior trindade do cinema - Nicole Kidman, interpretando Virginia, Meryl Streep, como a nova iorquina Clarissa, que tem um relacionamento com Sally, e Julianne Moore no papel de Laura, uma mãe de família que esconde uma forte frustração com sua vida. Irreconhecível no papel da escritora, Nicole saiu do Oscar com o prêmio de Melhor Atriz, enquanto Moore foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante. Fora essas nomeações, o filme também concorreu como Melhor Filme, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora, entre outros. O sucesso foi tanto, que as três atrizes saíram de Berlim com o Prêmio de Melhor Interpretação Feminina.


MOONLIGHT (2016), DIR.: BARRY JENKINS



Esse drama, aborda três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullyng na infância, passando pela crise da identidade na adolescência e a tentação do universo do crime e drogas, esse é um profundo estudo de personagem.


"Moonlight" foi a grande surpresa da última edição do Oscar. Enquanto as apostas estavam voltadas para o musical "La La Land", o drama de Barry Jenkins chegou aos poucos na premiação e faturou o prêmio máximo da noite, além das categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante, o muçulmano Mahershala Ali. Um deslumbre visual, com uma das fotografias mais belas do cinema, a produção também aborda temas urgentes e atuais, sendo o primeiro filme de temática homossexual a ganhar o Oscar de Melhor Filme, além de ser o vencedor de mais baixo orçamento dos últimos 50 anos. Seja para a industria independente ou para a nossa comunidade LGBT, a vitória de "Moonlight" é uma grande conquista. Atualmente está disponível no catálogo Netflix.

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