5 FILMES BIOGRÁFICOS NACIONAIS
O cinema é uma das principais formas de conhecermos melhor personalidades que fizeram a diferença no mundo, aqui, incluindo na nossa comunidade LGBT. Essa lista reúne 5 personalidades brasileiras inspiradoras que tiveram sua história contada nas telas:
FLORES RARAS (2013), DIR.: BRUNO BARRETO
Em 1951, a poetista e escritora americana Elizabeth Bishop, em busca de motivação, resolve passar um tempo na casa da amiga Mary, no Rio de Janeiro. Mary vive com Lota de Macedo, famosa arquiteta e por qual Elizabeth começa a ter uma paixão.
"Flores Raras" é um resgate do romance entre Lota de Macedo e a poetista Elizabeth Bishop. No papel dessas duas figuras, temos excelentes atuações da brasileira Glória Pires e da britânica Miranda Richardson. Apesar de falado grande parte em inglês, o filme é uma produção brasileira, filmada no Rio de Janeiro e tem direção de Bruno Barreto, do clássico "Dona Flor e Seus Dois Maridos". Uma das curiosidades é que em uma das entrevistas, Bruno falou das dificuldades em levantar o orçamento necessário para a produção, justamente por se tratar de um romance gay. "Flores Raras" está disponível no Netflix.
MADAME SATÃ (2002), DIR.: KARIM AÏNOUZ
Madame Satã, foi uma drag queen brasileira, representante da vida noturna e marginal carioca na primeira metade do século XX. Era um exímio capoeirista e foi detido diversas vezes pela policia, muito devido a desacatos as autoridades.
Karim Ainouz é um dos cineastas de maior expressão no cenário cinematográfico brasileiro. Atualmente diretor de filmes como "O Céu de Suely" e "Praia do Futuro", o diretor fez seu debut com essa polêmica biografia de João Francisco dos Santos, uma das figuras pioneiras e representativas da comunidade LGBT. No papel de Madame Satã, temos Lázaro Ramos, em um desempenho insuperável na sua carreira. Em 2015, o filme foi eleito pela Abraccine um dos 100 melhores filmes nacionais de todos os tempos.
TRINTA (2014), DIR.: PAULO MACHLINE
O filme é uma cinebiografia do carnavalesco Joãozinho Trinta, mostrando sua vinda do Maranhão até o Rio de Janeiro. Seu início de carreira como bailarino, a ida para a Acadêmicos do Sangueiro e sua estreia como carnavalesco pela escola, há 40 anos atrás.
"Trinta" é uma das performances mais vigorosas de Matheus Nashtergaele no cinema, fazendo uma extensa preparação para o papel, tendo aulas de balé para atingir a postura altiva de Joãozinho. Sua história e seus inúmeros títulos infelizmente acabaram grandiosos demais para a curta duração do longa, que ainda assim é válido para trazer conhecimento sobre essa grande figura do Carnaval carioca. Os destaques vão, além da atuação de Nashtergaele, para a parte técnica, como os premiados figurinos e a direção de arte. No elenco diversos nomes famosos - Marco Ricca, Milhem Cortaz, Paolla Oliveira, entre outros.
CAZUZA (2004), DIR.: SANDRA WERNECK, WALTER CARVALHO
Cazuza é bastante conhecido como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho, no qual após a bem sucedida parceria com Frejat, seguiu carreira solo, sendo reconhecido como um dos maiores poetas da musica brasileira.
"O Tempo Não Para", dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, não pode ser considerado um retrato minucioso da carreira do cantor, omitindo diversos detalhes, entre eles a fase do seu relacionamento com o também cantor Ney Matogrosso. Ainda assim, o filme, com suas colagens e estilo, faz jus a toda a vida "porra louca" do cantor e no final é impossível não sair apaixonado por sua canções e se emocionar com sua luta contra a aids. Emoções também não faltam nas cenas com a mãe Lucinha Araújo, fundadora da Sociedade Viva Cazuza, em apoio aos portadores do vírus hiv, intepretada no longa-metragem pela atriz Marieta Severo. Já no papel de Cazuza, Daniel de Oliveira nos entrega uma das performances mais icônicas do cinema nacional.
SOMOS TÃO JOVENS (2013), DIR.: ANTONIO CARLOS DA FONTOURA
Renato Russo, foi um cantor e compositor brasileiro, celébre vocalista da banda de rock Legião Urbana, muito lembrada por canções como Faroeste Caboclo e Que País é Este?. Antes de fundar o grupo, Renato integrou o grupo musical Aborto Elétrico, no qual saiu devido as constantes brigas com o baterista Fê Lemos.
O cantor, assim como Cazuza, foi uma das vítimas do hiv, em uma época em que poucas informações e muito preconceito existia sobre a doença. "Somos Tão Jovens" opta por focar mais na formação da banda, a descoberta de sua sexualidade, sua amizade com Ana Cláudia (a ótima Laila Zaid) e o auge da carreira. Em uma das cenas mais emocionantes, Renato assume ser homossexual para a mãe Carminha, vivida por Sandra Corveloni. No papel do cantor temos Thiago Mendonça, fisicamente muito parecido com o artista e em uma excelente performance.